Temo por ti


Compreendo teus olhos, nunca serão
As pérolas encantadas que tanto busco.
Serão apenas pedras comuns... – nada mais.

Temo por ti, ser tarde... – e muito tarde.
Se por ventura descobrires que são meus olhos
Teu amparo, teu exílio, último cais...

Enquanto não, estou por aí ainda o mesmo,
Aquele peregrino moço suspirando versos
Falando a sós, interrogando a si mesmo, caducando...

O borbulhar de outros diamantes vejo...
Novos versos suspiram meu peito,
Minha alma ressurgir ao versejo...

Mais uma vez, temo por ti...
Sei ser forte na frustração diária – acredito ser.
Não te quero uma lágrima tecer no rosto...

Queria que fosses a alma a se enlaçar a minha
Se não, como lhes disse: deixo-te por amor
E sigo a rua deserta... – sem ti.