Enquanto você não me chega


Enquanto você não me chega vou escrevendo poemas,
Pela casa suspirando versos pelos cantos
Ocupando os espaços vazios com minha poética...

Às vezes vou à janela, não para tragar um cigarro, pois           
não fumo, e tu sabes que não,
Mas, tragar um pouco da lua que, às vezes, teimosa                                       
se oculta a uma nuvem; restam-me as estrelas...

E o tempo todo longe, sozinho, perdido em meio às estrelas...
E o tempo inteiro perto, contigo, encontrado em braços amigos...

E à busca da poesia no silêncio,
No puro encontro com os astros cadentes, taciturnos, persisto...

Tateio levemente os móveis
Buscando algum vestígio que tenha ficado de você                                
sob o pó que se ajunta...
E não encontro sequer por toda casa                                                             
um cílio do teu olho tão doce...
De uma meiguice infinita... – bela!

Então, sem remédio prá tanto tédio,
Estreito o travesseiro ao peito e ali permaneço, e durmo                       
em longas preces devotadas a ti, minha querida!